segunda-feira, 30 de abril de 2012

Hepatites virais

Hepatites virais

Hepatite é denominação atribuída à inflamação do fígado, podendo ter várias etiologias: imunológica, medicamentosa, alcoólica e infecciosa (causada por bactéria, protozoários ou vírus).
As hepatites infecciosas estão associadas a alguns tipos de vírus que têm em comum a capacidade de causar inflamação e necrose no fígado.
a principal característica do vírus, portanto, é o tropismo primário pelo fígado, ou seja, ao se instalarem no organismo têm preferência pelo fígado. São agravos de importância em saúde pública pelo número de indivíduos atingidos e pela possibilidade de complicações das formas agudas e evolução para formas crônicas, podendo levar a cirrose e ao câncer do fígado. Com características epidemiológicas, clinicas e laboratóriais semelhantes, as hepatites apresentam importantes particularidades, como as resumidas no quadro a seguir.

Tipo de vírus Material genético Período de incubação Modo de transmissão Risco de cronificar
A
RNA
15 a 45 dias
Fecal-oral Inexistente
B
DNA
30 a 180 dias
Sexual;parenteral;sangue e hemoderivados; procedimentos cirúrgico-odontológicos; solução de continuidade na pele e mucosas; mãe-filho. Alto: 90% nos neonatos e 5 a 10% nos adultos
D
RNA
15 a 150 dias
Parenteral; sangue e hemoderivados, sexual. Alto:85%
C
RNA
30 a 50 dias
Sexual;parenteral;sangue e hemoderivados; procedimentos cirúrgico-odontológicos;solução de continuidade na pele e mucosas, mãe-filho. Alto:79%na superinfecção e menor que 5% na coinfecção
E
RNA
28 a 48 dias


Inexistente
fonte: Manual Brasil está atento, 2007.

Hepatite A
Doença infecciosa viral, contagiosa, causada pelo vírus A (HAV¹), e também conhecida como "hepatite infecciosa", "hepatite epidêmica", ou "hepatite do período de incubação curto".
Pode ser assintomática. As manifestações clinicas quando ocorrem, vão desde a presença de poucos sintomas como um quadro de gripe ou então apresentar febre, dor abdominal (geralmente do lado direito superior - hipocôndrio), icterícia, fezes descoradas e urina escura até formas fulminantes, o que acontece raramente.


Agente infeccioso: é o vírus da hepatite A (HAV), um hepatovírus da familia Picornaviridae.
Reservatório: é o homem e alguns primatas não humanos, inclusive os chimpanzés.
Fonte de infeccão: o homem e o animal infectado.
Periodo de incubação: varia de 15 a 45 dias, sendo em média de 30 dias.
Período de transmissibilidade: ocorre a partir da 2º semana antes do início dos sintomas e até o final da 2º semana da doença.
Suscetibilidade: é universal.
Imunidade: é adquirida por meio da doença, seja na forma sintomática ou assintomática. Ocorre também mediante a administração da vacina contra a hepatite A de vírus inativados.

Hepatite B
Doença viral que cursa de forma assintomática ou sintomática (até formas fulminantes). As formas sintomáticas são caracterizadas por mal-estar, cefaléia, febre baixa, anorexia, astenia, fadiga, artralgia, naúseas, vômitos, desconforto no hipocôndrio direito e aversão a alguns alimentos e cigarros.

Agente infeccioso: é o vírus da hepatite B (VHB) da familia Hepadnaviridae.
Reservatório: o único reservatório natural é o homem, na condição de doente ou portador sadio. O vírus replica-se em laboratório apenas em primatas não humanos mais evoluidos como, o chimpanzé.
Fonte de infecção: o homem  doente ou portador assintomático.
Período de incubação: 30 a 180 dias, sendo em média de 60 a 90 dias.
Período de transmissibilidade: de 2 a 3 semanas antes dos primeiros sintomas, mantendo-se durante a evolução clinica da doença. O portador crônico pode transmitir por vários anos.
Suscetibilidade: é universal, sendo mais leve nas crianças.
Imunidade: é através da doença e da vacina contra hepatite B, que conferem imunidade duradoura. Arecomendação é administrar a 1º dose da vacina nas primeiras 12horas após o nascimento, ainda na maternidade. A vacina protege, também, contra infecção pelo vírus da hepatite D, uma vez que este vírus só existe em pessoas infectadas pelo vírus da hepatite B. A imunoglobulina humana anti-hepatite B confere imunidade temporária.

Hepatite C
Doença viral que cursa de forma assintomática ou sintomática (até formas fulminantes). As formas sintomáticas são caracterizadas por mal-estar, cefaléia, febre baixa, anorexia, astenia, fadiga, artralgia, naúseas, vômitos, desconforto no hipocôndrio direito e aversão a alguns alimentos e cigarros.

Agente infeccioso: vírus da hepatite C (HCV) da familía Flaviviridae.
Reservatório: o homem.
Fonte de infecção: o homem doente ou portador assintomático.
Período de incubação: de 15 a 150 dias, sendo em média de 50 dias.
Período de transmissibilidade: inicia-se na 1 semana antes dos sintomas e mantém-se enquanto o paciente apresentar RNA-HVC detectável.
Modo de transmissão: ocorre principalmente por via parenteral, sexual

Hepatite D
Doença viral aguda que pode evoluir para a forma crônica, apresenta-se como infecção assintomática, sintomática ou como formas gravissímas, inclusive com óbto. O vírua HDV ou delta é altamente patogênico e infeccioso. Pode ser transmitido  junto com o HBV a indivíduos sem contato prévio como HBV, caracterizando a co-infecção, ou pode ser transmitido a indivíduos portadores de HBsAg, caracterizando a superinfecção.

Agente infeccioso: vírus da hepatite D ou delta (hdv). Um vírus de RNA único representante da familia Deltaviridae. É um vírus defectivos (incompleto), que não consegue por si só, reproduzirseu próprio antigeno de superficie, o qual seria indispensável para exercer sua ação patognica e se replicar nas células hepáticas. Assim sendo, precisa da presença do vírus da hepatite B.
Período de incubação: de 30 a 180 dias, sendo menor na superinfecção.
Modo de transmissão: semelhante ao da hepatite B.

Hepatite E
Doença viral aguda e autolimitada. apresenta curso benigno, embora tenham sido descritos casos, principalmente em gestantes, com evolução para a forma fulminante. Apresenta-se de forma assintomática (usualmente em crianças) ou com sintomas semelhantes à hepatite A, sendo a icterícia observada na maioria dos pacientes.

Agente infeccioso: vírus da hepatite E (HEV). Um vírus RNA da família Calicíviridae.
Período de incubação: de 28 a 48 dias.
Período de transmissibilidade: duas semanas antes do inicio dos sintomas até o final da segunda semana de doença.

bibliografia: guia de bolso, doenças infecciosas e parasitárias p.222 a 247.
manual de procedimentos para vacinação, p. 504 a 509.


Vacina Tetravalente

Vacina tetravalente DTP
Difiteria, Tétano e Pertussis(coqueluche)

DIFITERIA:
É uma doença infecciosa, popularmente conhecida como"CRUPE", causada pela toxina de uma bactéria que se localiza nas amígdalas, faringe, laringe ou na pele. Quando se instala nas vias respiratórias superiores caracteriza-se pelo aparecimento de uma ou várias placas acinzentadas, circundadas por uma zona inflamatória de cor vermelho-mate, que podem obstruir a passagem do ar, provocando asfixia e morte.

Agente infeccioso:
bacilos gram-positivo, Corynebacterium diphtheriae.
Reservatório: 
o homem doente ou portador assintomático.
Diagnóstico: 
clinico e laboratórial.
Modo de transmissão:
através do contato direto como exsudato e secreções das mucosas do nariz e da faringe ou com lesões cutâneas do doente ou portador e ainda, por meio de objetos contaminados por suas secreções.
Período de incubação:
de uma a seis dias, podendo ser mais longo.
Período de transmissibilidade:
ocorre enquanto houver bacilos nas secreçoes e lesões, durando em média, de duas a quartro semanas. Com antibioticoterapia adequada, a transmissibilidade cessa 24 a 48horas após o inicio do tratamento.
Suscetibilidade:
é universal, sendo maior nas crianças menores de 6 anos de idade.
Imunidade:
anticorpos maternos nos primeiros 6 meses e a própria doença (imunidade não duradoura). Vacinas e soros. Os soros competem imunidade passiva  e rápida de 2 a 3 meses) e são usados apenas para tratamento, evitando que as placas existentes aumentem.
TETANO:
Doença infecciosa aguda não contagiosa causada pela toxina do bacilo tetânico que se desenvolve anaerobicamente, o seja, se desenvolve na ausência de oxigênio, no interior de um ferimento, como o coto umbilical, por exemplo. A doença caracteriza-se clinicamente por contraturas musculares dolorosas que surgem primeiro nos músculos da face, do pescoço,e depois nos músculos do tronco, podendo se estender por todo o corpo, produzindo espasmos e convulsões que podem levar a morte por asfixia. No tétano do recém-nascido (tétano neo-natal), em geral, os sintomas aparecem entre o 5º e o 12º dia, mas frequentemente em torno do sétimo dia, daí ser conhecido como "mal de sete dias".

Agente infeccioso:
bacilo gram-positivo e anaeróbio, o Clostridium tetani. 
Reservatório:
é o trato intestinal do homem e de animais domésticos, especialmente o cavalo, aode vive sem causar nenhum problema. O solo, principalmente o cultivado para agricultura,a pele e/ou qualquer instrumento perfurocortante contaminado como bacilo também são reservatórios.
Modo de transmissão:
o tétano não é uma doença contagiosa e, por tanto, não se transmite de pessoa a pessoa. No chamado tétano acidental os esporos do bacilo são introduzidos no corpo por intermédio de um ferimento, geralmente do tipo perfurante, contaminado com terra, poeira de rua e fezes humanas e de animais. Queimaduras e tecidos necrosantes favorecem, especialmente,o desenvolvimento do bacilo anaeróbio. Ferimentos insignificantes, muitas vezes despercebidos, também podem ser porta de entrada para os esporos. Já o tétano neonatal acontece pela contaminação do coto umbilical com esporos do bacilo, devido à infecção do umbigo não cicatrizado. A infecçao ocorre quando o umbigo é "tratado" com o uso de substâncias e instrumentos impróprios e contaminados com esporos.
Período de incubação:
de duas a três semanas, variando de acordo com a natureza,a extensão e a localização da ferida. Quanto menor o tempo de incubação mais grave é o prognóstico.
Período de transmissibilidade:
como o tétano não se transmite de um indivíduo para outro, não há período de transmissibilidade.
Suscetibilidade:
é universal, sendo mais letal nos recém-nascidos.
Imunidade:
a doença não confere imunidade. É adquirida pela administração de vacinas, soros, imunoglobulinas e pelos anticorpos maternos.


PERTUSSIS/COQUELUCHE:
É uma doença infecciosa causada por uma bactéria qua afeta a traquéia e os pulmões. A coqueluche desenvolve-se em tres fases:
a) catarral: o doente apresenta tosse e expectoração de muco claro viscoso, com duração de uma a duas semanas aproximadamente;
b)paroxística: o doente passa a apresentar acessos de tosse que terminam com um "guincho" ou então com vômitos, quando é eliminada uma secreção viscosa; esta fase tem duração aproximada de dois meses;
c)convalescença: nesta fase, que dura de uma a três semanas, a tosse torna-se branda e pouco frequente.
Agente etiológico:
bacilo gram-negativo; a Bordetella pertussis.
Reservatório:
o homem é o único reservatório.
Modo de transmissão:
o bacilo é transmitido de pessoa a pessoa, por meio de contato direto com as secreções respiratórias (gotíclas de saliva, espirro, ou tosse) de pessoas infectadas, especialmente no inicio da doença, ou seja, na fase catarral. A transmissão também pode ser indireta, ocorrendo pelo contato com objetos contaminados pelas secreções da pessoa infectada.
Período de incubação:
varia de 7 a 14 dias.
Período de transmissibilidade:
é maior durante a fase catarral, diminuindo nas três semanas segintes, quando é insignificante.
Suscetibilidade:
é universal, sendo maior nos menores de 5 anos de idade e mais graves nos menos de 1 ano de idade.
Imunidade:
tanto pela doença(duradoura) quanto pela vacina (definitiva).
VACINA TETRAVALENTE:
composição: DTP de células inteiras, toxóide difiterica purificada, toxóide tetânica purificada, suspensão de células inteiras de Bordetella pertussis inativada, hidróxido de alumínio (adjuvante), timerosal (preservativo).
hib - polissacarídeo capsular de haemophilus influenze.
indicação: crianças de 2meses a 1 ano.
nº de doses: 3 doses com intervalo de 60 dias.
reforço: aos 15 meses e entre 4 e 6 anos com a DTP.( 6m a 1 ano da última dose)
OBS: crianças com mais de 1 ano devem tomar 1º dose de tetra e a 2º e a 3º com a DTP, com intervalo de 60 dias.  o reforço é entre 6 meses a 1 ano com DTP. a depender da idade poderá ser dois reforços. 

fonte: Manual de procedimento para vacinação. parte V. Manual de doenças infecciosas e parasitarias. Guia de bolso.

Vacinas: conceitos básicos.

vacinas: conceitos básicos.

Vacina - produto biológico que é introduzido no organismo a fim de produzir  imunidade ativa artificial, que o defenda contra determinada doença. Sua inoculação não deve causar a doença ou, no máximo, provocar uma infecção muito branda. A vantagem para o corpo está na proteção no caso de invasão, pois os antígenos do microorganismo serão logo reconhecidos e a produção de anticopos específicos ou a multiplicação das células de defesa específicas será rapidamente ativada, criando uma resposta eficiente contra  o patógeno propriamente dito (Dicionário de termos médicos e de enfermagem, 1a. ed.).

Vacinação - procedimento inicialmente usado para proteger contra a Varíola, por meio de introdução de micróbios chamados "vaccinia" no organismo. Hoje em dia, geralmente, esse termo se refere a todas as campanhas de imunização (Dicionário de termos médicos e de enfermagem ,1º ed.).

 As vacinas podem ser: 
  • Microorganismos vivos atenuados (não se aplica em grávidas);
  • Microorganismos inativados;
  • Toxóides (feitas através das substâncias que os vírus produzem);
  • Combinadas;
  • Polissacarídicas (conjugadas);
  • Recombinantes (mudança na estrutura do DNA do microorganismo. Ele continua podendo infectar, porém não causa doença).
Vacinas atenuadas:
São vírus ou bactérias vivos que não causam sinais e sintomas da doença. possuem uma ação mais duradoura.

Vacinas inativadas:
São vírus ou bactérias mortos. O organismo reage, mais não desenvolve a doença. Possui ação menos duradoura.

Vacinas combinadas:
Antiga - trílice ou DTP
Novas - tetravalente e pentavalente
Futuras - hexavalente

Vacinas polissacarídicas:
Puras - cadeia longas de moléculas de açúcar que compoe a capsula de algumas bactérias.
Conjugadas - polissacarídeos conjugados a uma proteína
Recombinante - produzida por engenharia genética.

Objetivo da vacina:
Proporcionar proteção especifica e duradoura contra doenças transmissíveis, por imitação ao que se observa na natureza com as infecçoes naturais, clinicas ou subclinicas, estimulando o sistema linfóide e sensibilizando-o.

Composição da vacina:
Agente estimulante
Líquido de suspensão - água destilada ou solução salina fisiológica, ciclonato de cálcio, conservantes, estabilizantes e antibióticos.
Adjuvantes - são substâncias que utilizadas em associação com componentes da vacina aumentam o poder imunogênico por meio de estimulação prolongada.

Fatores que interferem na resposta imune:
Ligados a vacina - constituição da vacina (rede frio), via de administração, uso simultaneo das vacinas, adjuvantes (hidróxido de alumínio).
Associados a vacina - presença de anticorpos marteno, idade, doença de base ou intercorrente, tratamento imunosupressor.

Contra indicações gerais:
Ocorrência de hipersensibilidade (reação anafilática) após o recebimento de qualquer dose.
Para vacinas de bactérias ou vírus vivo atenuado contraindica:
  • Presença de imunodeficiência congênita ou adquirida;
  • Presença de neoplasia maligna;
  • Uso de corticóide para tratamento em dose imunosupressora (crianças - 2mg/kg/dia e adultos - 20mg/kg/dia) em um período de mais de 1 semana.
  • Gravidez.
Adiamento da vacina:
  • Tratamento de corticóides - vacina-se 3 meses após o término do tratamento;
  • Doenças agudas febris.
Falsas contra-indicações:
  • Doenças benignas comuns - resfriados, diarréia leve, doenças de pele como impetigo ou escabiose;
  • Desnutrição;
  • Amamentação;
  • Vacina contra raiva em andamento;
  • Doença neurológica estavel ou pregressa com ou sem sequelas;
  • Antecedente familiar de convulção;
  • Tratamento sistemico com corticóides com baixa dosagem;
  • Alergias, a não ser as relacionadas aos componentes da vacina e as reações alergicas sistêmicas graves;
  • Alergia à penicilina;
  • Internação hospitalar;
  • Vacinação prévia.
Eventos adversos:
Os componentes biológicos e quimicos podem induzir eventos indesejáveis, algumas situações são esperados disturbios passageiros e leves. As vezes pode ser grave, levando até a óbito. Convém referir que nem sempre os mecanismos fisiopatológicos de tais acontecimentos são conhecidos. Nos casos de associação temporal entre aplicações da vacina e a ocorrência de detreminadas manifestações, considera-se possivel a existência de um vinculo casual entre esses dois fatos. Alguns casos devem desencadear uma notificação obrigatória e uma investigação epidemiológica pois podem ser surtos associados aos lotes de vacinas.

Programa Nacional de Imunização institui, pela portaria nº3.318 de 28 de outubro de 2010 o calendário da vacinação.
Calendário da criança: 0 a 6 anos, 11 mese e 29 dias.
Calendário do adolescente: 7 a 19 anos.
Calendário do adulto e idoso: a partir dos 20 anos.

Critérios para a vacina entrar no calendário:
Epidemiológico: a prevalência, incidência da doença deve ser relevante.
Imunológico: a imunogenicidade proporcionada pela vacina deve ser alta.
Tecnológico: se não tem tecnologia para produzir, tem que ter verba para comprar e vice-versa.
Segurança contra efeitos adversos
Logistica: rede de frio que leve a vacina para todo o país de forma igual.
Socioeconômico: custo-benefício relativo a vacinação deve compensar os gastos dispensados com a aquisição e administração da vacina.

   

...Revisando...

Agente biológico:
Considera-se como sendo agente biológico animais plantas e outros seres vivos (bactérias, fungos, protozoários, clamídias...) que potencialmente podem causar doenças ou lesões em graus variados, aos seres humanos e a outros organismos. Eles são igualmente denominados patógenos e não devem ser confundidos com vetor.

Hospedeiro:
Pessoa ou animal que em circunstãncias naturais permitem a subsistẽncia ou um alojamento de um agente infeccioso. Ele serve de habitat para outro que nele se instala , encontrando as condições de sobrevivencia. O hospedeiro pode ou não servir como fonte de alimento para o parasita.

Infectividade:
É a capacidade que tem o agente tem de penetrar e se desenvolver ou de se multiplicar no hospedeiro ocasionando infecção.

Infecção:
É a penetração, alojamento e multiplicação de um microorganismo no organismo humano causando uma resposta imunológica e produzindo-lhes danos com ou sem aparecimento de sintomas clinicamente reconhecíveis.

Infecção inaparente:
Também conhecida como subclinica, é a presença da infecção em um  hospedeiro sem que tenha sinais  e sintomas  manifestos.

OBS: para que a infecção ocorra é necessaio que microorganismo e hospedeiro tenham estruturas moleculares que permitram uma firme aderência entre as estruturas. Havendo a aderência o microorganismo se multiplica e há colonização, geralmente na pele e na mucosa.
OBS2: a presença ou não de infecção depende de muitos fatores: dose infectante, virulência, maneira como o microorganismo é apresentado no hospedeiro e estado imunológico do hospedeiro.

Virulência:
É a capacidade do agente produzir casos graves e fatais.

Patogênicidade:
É a qualidade que tem o agente infeccioso de uam vez instalado no organismo do homem e de outros animais, produzir sintomas em maior ou menor proporção entre os hospedeiros infectados.

Susceptibilidade:
É o estado de qualquer pessoa ou animal que não possui, presumivelmente, resistência contra determinado agente patogênico  e que por essa razão pode contrair a doença se posto em contato com esse agente.

Resistência:
É o conjunto de mecanismos corporais que servem de defesa contra a invasão ou multiplicação de agentes infecciosos ou contra efeitos nocivos de seus produtos tóxicos.

Imunidade:
É o estado de resistência geralmente associado com a presença de anticorpos.

Mecanismos de defesa:
Inespecífica ou inata (natural)
Específica ou adaptativa (adquirida)

Barreiras anatômicas e fisiológicas representam a primeira linha de defesa de um organismo contra um agente patogênico. Ela é formada pela pele, membranas, mucosas, temperatura, pH e mediadores quimicos que auxiliam o corpo  nas batalhas contra microorganismos invasores. Outros mecanismos de defesa são: fagocitose e nódulos linfáticos regionais que capturam antigenos.

Mecanismo de defesa específico:
Imunidade adquirida ou específica (adaptativa) apresenta especificidade para antigenos e memória imunológica. Os anticorpos são produzidos por plasmócitos, oriundos de linfócitos B, em interação com células apresentadoras de antigenos.

Imunoglobulinas:
São moléculas glicoprotéicas secretadas pelos plasmócitos em resposta a imunógenos. Tem como função reconhecer antígenos e derecioná-los para degradação.
  • IgA: Predominante em secreções como saliva, lágrima, leite, mucosas do trato gastrointestinal, repiratório e urinário. A sua função é proteger o organismo da invasão viral ou bacteriana através das mucosas.
  • IgD: É um anticorpo com funções não bem definidas.
  • IgE: Tem papel importante na imunidade ativa contra parasitas helmitos, atraindo os eosinófilos. São os anticorpos desta classe responsável pelo fenômeno anafilático em várias espécies.
  • IgG: É o unico que atravessa a barreira placentária e é o principal anticorpo na resposta imune secundária e a única classe antitoxinas.
  • IgM: É encontrada principlamente no intravascular, sendo uma classe de anticorpos "precoces" (são produzidos agudamente nas fases iniciais dos doenças que desencadeiam resposta humoral). É uma proteína que não atravessa a placenta por ser grande e é encontrada também na superficie dos linfócitos B de forma monomérica, realizando a função de receptor de antigenos.
Tarefa do sistema imunológico específico:
  • Reconhecer;
  • Atacar;
  • Destruir ou inativar;
  • Construir memória.
Resposta primária:
O sistema imunológico quando entra pela primeira vez em contato do m o antigeno responde com a produção de IgG e IgM.

Imunidade adquirida:
Ativa - naturalmente (através da doença)
         - artificialmente (através de vacinas)
Passiva -naturalmente (através da placenta e colostro)
             - artificialmente (através de soros e imunoglobulinas)
A imunidade ativa tem longa duração enquanto que a passiva é de curta duração.
Passiva artificialmente pode ser Homologa - imunoglobulinas da mesma espécie.
Ou pode ser Heteróloga - soro de outro animal.
OBS3: O soro heterológo pode causar choque anafilático e doença do soro.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

derrame pleural


DERRAME PLEURAL

O derrame pleural é caracterizado pelo acumulo anormal  de liquido na cavidade pleural, que ocorre quando a formação de liquido é mais rápida do que sua absorção.
O derrame pleural não é uma doença, mas sim a manifestação de outras doenças. Se não tratado adequadamente, esta patologia pode levar o paciente à dispneia (falta grave de ar) e até à morte.

ETIOLOGIA:
Alterações extrapulmonares como: Cardíacas (ICC), Renais (síndrome Nefrótico), Hepáticas (Cirrose com Ascite), Pancreáticas (Pancreatite).
Pode também apresentar-se por patologias sistêmicas (LES, Artrite Reumatóide), ou por reação a drogas, ou de caráter neoplásico por consequência de disseminação direta de pneumonia bacteriana adjacente, ruptura de abscesso pulmonar e traumatismos.

TIPOS:
Podemos dividir o derrame em 2 tipos: transudato e exsudato. Além das diferenças a nível de espaço pleural, podemos também diferenciá-los através da medida da desidrogenase láctica (LDH) e pelo teor proteico do líquido pleural. (Harrison, 1994).

Transudativo:
Qualquer derrame pleural que se forma quando não existe lesão do espaço pleural é denominado derrame pleural transudato. O transudato é um ultrafiltrado de plasma, altamente fluido, baixo em proteínas e desprovido de células inflamatórias. O aspecto macroscópico do líquido é de um fluido transparente e claro.
Os derrames pleurais transudados formam-se quando as pressões hidrostáticas e oncóticas são anormais.

Exsudativo:
Um derrame pleural exsudativo é causado por um aumento da permeabilidade nos vasos da microcirculação. É rico em proteínas, células e produtos da decomposição celular.
O aspecto macroscópico do líquido é de um fluido amarelo citrino podendo também ser turvo (ex: pus do empiema), hemático ou semelhante ao leite no quilotórax.

Mecanismos responsáveis pela acumulação de um volume anormal de líquido pleural:
  • Aumento da pressão hidrostática na microcirculação
  • Diminuição da pressão do espaço pleural
  •   Bloqueio da drenagem linfática
  •   Passagem de liquido a partir do espaço peritoneal
Sintomas:
  •  Dor: tipo pontada que agrava com os movimentos respiratórios e com a tosse. Pode irradiar para o ombro o que indica comprometimento da pleura diafragmática homolateral.
  •   Tosse: geralmente seca, quintosa, é muitas vezes dolorosa. A tosse produtiva traduz em regra, a presença de uma lesão parênquimatosa pulmonar associada.
  •   Dispneia: inicialmente ligada à dor torácica, relaciona-se posteriormente com a rapidez de formação e volume de líquido. Pode ser muito intensa, acompanhada de cianose, quando o derrame se forma rápida e extensamente.
  •  Febre: não está presente na maior parte dos derrames de evolução crônica.
Na observação, além dos sinais relacionados com a doença primitiva, encontra-se no tórax, em regra, um conjunto de sinais característicos, quando o volume de liquido pleural ultrapassa os 300 cc.

Sinais Físicos:
  • Inspeção: o hemitórax atingido pode estar retraído e com hipomobilidade.
  •   Palpação: pode haver aumento de resistência, mas é mais importante a diminuição ou abolição completa das vibrações vocais em toda a altura do derrame.
  •   Percussão: há macicez ou submacicez de acordo com a extensão do derrame.
  •   Auscultação: observa-se uma diminuição ou abolição do murmúrio vesicular, sopro pleurítico no limite superior do derrame e podem ouvir-se atritos pleurais. (M. Freitas e Costa, 1992)
Meios de Diagnóstico:
  •   Análise do líquido pleural: para saber se se trata de um exsudado ou transudado;
  • Exames bioquímicos: para saber o conteúdo em proteínas,  o teor em DLH, o pH e a concentração de amilase;
  • Exames complementares: como Raios x, radioscopia, TAC e ecografia;
  • Exames bacteriológicos: para o diagnóstico dos derrames pleurais infecciosos;
  • Exames citológicos;
o   Toracocentese e Biopsia pleural percutânea: o líquido é retirado através da inserção de uma agulha no espaço pleural. A toracocentese envolve o risco de laceração da artéria intercostal, infecção e pneumotórax.
o   Toracoscopia
o   Biopsia pleural cirúrgica.

Tipos de fluido:

Quilotorax:
É formado por traumatismos, inflamação ou infiltração maligna, que provocam obstrução do transporte do quilo (conteúdo alcalino similar ao leite presente nos vasos lácteos e linfáticos do intestino) do ducto torácico para a circulação central.
O quilotorax é formado quando o ducto linfático torácico é rompido e a gordura entra no espaço pleural.
Um fluido pleural que seja esbranquiçado, sem odor e de aparência leitosa sugere o diagnóstico de quilotorax
As causas mais comuns do quilotórax traumático são a cirurgia e feridas penetrantes no tórax. Após um trauma, geralmente o quilotorax desenvolve-se em 2 a 10 dias.
Um quilotorax formado por trauma fechado é geralmente causado por quedas, acidentes de viação, e ferimentos compressivos no tronco e abdome.

Hemotórax:
Hemotórax é a presença de quantidade significativa de sangue no espaço pleural
Um derrame deve ser considerado hemotórax quando o hematócrito do fluido pleural é mais que metade do que do sangue periférico.
Pode ser causado por lesões torácicas, complicações de cirurgias de tórax, neoplasias malignas ou ruptura de um grande vaso.

Fibrotórax:
O fibrotórax é caracterizado por uma fina camada de tecido fibroso na pleura visceral.
À medida que o fibrotórax evolui, os espaços intercostais diminuem, o tamanho do hemitórax afetado diminui e o mediastino é desviado lateralmente.

Sinais e Sintomas:
O comprometimento da função pulmonar é frequentemente mais severo do que as radiografias sugerem. Problemas ventilatórios restritivos de moderados a severos são uma marcação importante. A circulação sanguínea pulmonar é frequentemente reduzida, mais do que a ventilação, no lado afetado.
  •   Dor torácica pleurítica;
  •   Dispinéia;
  •  Ausculta, murmúrio expiratório e sopro tubário acima do derrame;
  • Febre;
  •   Anorexia;
  •   Perda de peso.
Tratamento:
O tratamento consiste em desfibrosar, com remoção da película fibrosa da pleura visceral. Mas a extensão em que o parênquima pulmonar está envolvido é que vai determinar a quantidade da função respiratória recuperada.
Se não se encontrar presente nenhuma doença parênquimal, a capacidade vital geralmente melhora consideravelmente.

Empiema:

ETIMOLOGIA:
Palavra grega “empynemia” que quer dizer pus numa cavidade corporal qualquer do organismo humano, especialmente na cavidade pleural.

SINTOMAS:
  •   dispnéia e febre
  • 70% queixam-se de tosse ou dor torácica perda de peso e fadiga

Tratamento:
  •   Desinfecção da cavidade pleural (antibioticoterapia, drenagem torácica e lavagens pleurais com produtos desinfectantes);
  •   Reexpansão pulmonar – Drenagem torácica, Fisioterapia Respiratória;
  • Recuperação funcional – Fisioterapia;
A Fisioterapia Respiratória deve ser instituída o mais precocemente possível de forma a minimizar o aparecimento de sequelas a nível pulmonar (aderências pleurais, paquipleurite, fibrotórax )