quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Planejamento Familiar



Planejamento familiar
Assegurado pela Constituição Federal e também pela Lei n° 9.263, de 1996, o planejamento familiar é um conjunto de ações que auxiliam as pessoas que pretendem ter filhos e também quem prefere adiar o crescimento da família.
Assim como quando querem ter um filho, o número de filhos que querem ter e o espaçamento entre o nascimento dos filhos, o tipo de educação, conforto, qualidade de vida, condições sociais, e culturais.
Há métodos contraceptivos que permitem evitar ter uma gravidez indesejada. Exemplos são a pílula contraceptiva oral combinada, o preservativo masculino e feminino, o DIU, o diafragma e o espermicida.
A partir da declaração universal de direitos humanos, a comunidade internacional vem firmando uma série de convenções nas quais são estabelecidos os estatutos comuns de cooperação mútua e mecanismos de controle que garantam um elenco de direitos fundamentais à vida digna, os chamados Direitos Humanos.
A Conferência Internacional da ONU sobre População e Desenvolvimento (CIPD), realizada no Cairo em 1994, conferiu papel primordial à saúde e aos direitos sexuais e aos direitos reprodutivos, ultrapassando os objetivos puramente demográficos, focalizando-se no desenvolvimento humano.
A assistência em planejamento familiar deve incluir acesso à informação e a todos os métodos e técnicas para concepção e anticoncepção, cientificamente aceitos, e que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas.
Para ser bem sucedido, um programa de planejamento familiar deve ser parte integrante de um plano econômico e requer a existência de uma série de condições favoráveis, como educação, saúde, atendimento médico-hospitalar, consciência e aprovação popular.
O objetivo do planejamento familiar é promover a saúde e o bem estar da família, através de uso de métodos conceptivos (para ajudar a ter filhos) e contraceptivos (que evitam a gestação) no momento adequado a aquela família.

Tipos de contraceptivos
Tradicionais:
Ø Amamentação: quando o RN suga, há a produção de prolactina, que promove a produção do leite, bloqueando o estrogênio. Porem vale resaltar que a amamentação é um método falho, pois, chega um momento que mesmo com a amamentação há a ovulação;
Ø O coito interrompido: neste caso é necessário que o homem tenha um controle muito grande, mas traz insatisfação e estresse para a relação e, além disso, a secreção que sai antes da ejaculação também possui espermatozoides.

Naturais:
Ø Ogino-knauss (tabelinha): depois de seis meses a um ano de pesquisa e anotações sobre o ciclo menstrual, se pega o mês que teve menor duração do ciclo e diminui da constante 18, resultando no inicio do período fértil. Logo depois, se pega o mês de maior duração do ciclo e diminui da constante 11, que resultará no fim do período fértil.
Ø Temperatura basal: antes de fazer qualquer atividade, a mulher mede a temperatura oral desde o primeiro dia do ciclo, não podendo ingerir bebidas alcoólicas, não ter nenhuma infecção, não pode jantar tarde, nem dormir tarde, nem ter sono irregular.
Ø Billings (muco cervical): a mulher introduz o dedo na vagina e analisa o muco que sai. No inicio é um pouco viscoso e opaco, na ovulação é abundante, elástico e transparente. A desvantagem desse método é a possibilidade de vulvovaginites, a dificuldade na diferenciação do muco e ignorância da mulher.

Mecânicos:
Ø Preservativo: evita DSTs, mas alguns homens queixam de diminuir a sensibilidade. Em relação a feminina ainda não se tem registro.

Barreira:
Ø Diafragma: uso associado ao espermicida. Deve-se seguir as recomendações de tempo do fabricante. É um anel de borracha colocado no colo uterino que impede a ascensão dos espermatozóides.

Químico:
Ø Espermicida: terá que ser colocado em cada relação que tiver sendo que, ao termino da relação não se pode realizar a higiene íntima e colocar mais, pois corre o risco de penetração dos espermatozóides. Pode se apresentar na forma de creme, aerozol, geléia e supositório.

Dispositivo intra uterino (DIU):
Ø Não medicamentoso: esta fora de uso, pois era considerado um corpo estranho que aumentava a contratilidade uterina e impedia a nidação, mas não influenciava na fecundação. Era considerado um micro aborto.
Ø Medicamentoso:
o Hormonal: que é pouco utilizado no Brasil;
o Cobre: que produz uma reação tipo inflamatória no útero, liberando então substâncias que destroem os espermatozóides. A vantagem é que é de ação local. Sua colocação deve ser feita durante a menstruação, pois o colo esta pouco dilatado o que facilita a colocação.

Efeitos colaterais do DIU:
1. Dor – no momento da colocação a mulher queixa de dor. Se for intensa pode haver estimulo vagal, provocando hipotenção e bradicardia.
2. Sangramento – é comum ocorrer. Se a mulher estiver menstruada o fluxo ficará mais intenso.
3. Perfuração – dependerá da pericia de quem esta colocando.
4. Expulsão – quanto mais recente a colocação, maior o risco de rejeição.
5. DIP (doença inflamatória pélvica) – quando se inicia, o DIU permite uma grande quantidade de germes.
6. Gravidez ectópica - pelo processo inflamatório e alteração da motilidade da trompa.
7. Abortamento – maior risco.

Contra indicações da colocação do DIU:
1. Sangramento – se tem menorragia ou coagulopatia.
2. Gravidez ectópica anterior – existe um maior rico de danificar a outra trompa e acabar com a fertilidade da mulher.
3. DIP – se a mulher já o apresenta antes da colocação do DIU.
4. Múltiplos parceiros – pois não previne contra DST.
5. Cardiopatia reumática – aumenta o risco de endocardite bacteriana.
6. Nuliparidade - pois a mulher fica susceptível a DIP e obstruir as trompas e a tornar infértil.
7. Câncer de colo – não tem como implantar o DIU, além de provocar lesões e resultar na proliferação das células cancerígenas.
8. Gravidez - pois aumenta a contratilidade uterina, podendo provocar abortamento.
9. Diabetes – a DIP pode descompensar o diabetes.

Hormonais:
Combinados monofásicos (todas as pílulas com a mesma dosagem) e trifásicos (possui diferença nas dosagens das pílulas).
Os contraceptivos hormonais podem ser administrados por via oral, subcutânea, vaginal e intramuscular.
Antes de usar deve ser feita avaliação clinica (peso, PA, glicemia, avaliação hepática, avaliação das mamas, papanicolau, lipidograma). A reavaliação deve ser feita de 3 em 3 meses ou 6 em 6 meses ou anual. Os contraceptivos hormonais agem bloqueando as gonadotrofinas hipofisárias, assim sendo, não ocorre a ovulação e consequentemente não há fecundação.
Efeitos colaterais dos contraceptivos hormonais:
1. Náuseas;
2. Vômitos;
3. Cloasma;
4. Aumento do peso.

Contra indicação dos contraceptivos hormonais:
1. Idade: acima de 35 anos e principalmente se for fumante e sujeita a DAC (doença arterial coronariana);
2. Gravidez: pois pode ocorrer má formação do feto;
3. Hepatopatia: pois sua metabolização é hepática;
4. Diabetes: pois diminui a tolerância a glicose e aumenta a glicemia;
5. Hipertensão: aumento da angiotensina;
6. Trombofletibe: o estrógeno interfere no aumento das globulinas pela coagulação;
7. DAC: risco de IAM;
8. Câncer: é estrógeno dependente;
9. Imobilização prolongada: corre o risco de trombose pois a circulação de retorno é deficiente;
10. Enxaqueca: por causa da retenção hídrica;

Efeitos benéficos dos contraceptivos hormonais:
1- Aumento da densidade óssea;
2- Redução da perda de sangue menstrual;
3- Menor incidência de gestação ectópica;
4- Redução da dismenorréia associada à endometriose;
5- Menor incidência de cistos ovarianos;
6- Redução das queixas pré-menstruais;
7- Menor incidência de doença benigna da mama;
8- Melhora do hirsutismo;
9- Diminuição da incidência e da gravidade da doença inflamatória pélvica (DIP);