Planejamento
familiar
Assegurado pela Constituição Federal e também
pela Lei n° 9.263, de 1996, o planejamento familiar é um conjunto de ações que
auxiliam as pessoas que pretendem ter filhos e também quem prefere adiar o
crescimento da família.
Assim como quando querem ter um filho, o
número de filhos que querem ter e o espaçamento entre o nascimento dos filhos,
o tipo de educação, conforto, qualidade de vida, condições sociais, e
culturais.
Há métodos contraceptivos que permitem evitar
ter uma gravidez indesejada. Exemplos são a pílula contraceptiva oral
combinada, o preservativo masculino e feminino, o DIU, o diafragma e o
espermicida.
A partir da declaração universal de direitos
humanos, a comunidade internacional vem firmando uma série de convenções nas
quais são estabelecidos os estatutos comuns de cooperação mútua e mecanismos de
controle que garantam um elenco de direitos fundamentais à vida digna, os
chamados Direitos Humanos.
A Conferência Internacional da ONU sobre
População e Desenvolvimento (CIPD), realizada no Cairo em 1994, conferiu papel
primordial à saúde e aos direitos sexuais e aos direitos reprodutivos,
ultrapassando os objetivos puramente demográficos, focalizando-se no
desenvolvimento humano.
A assistência em planejamento familiar deve
incluir acesso à informação e a todos os métodos e técnicas para concepção e
anticoncepção, cientificamente aceitos, e que não coloquem em risco a vida e a
saúde das pessoas.
Para ser bem sucedido, um programa de
planejamento familiar deve ser parte integrante de um plano econômico e requer
a existência de uma série de condições favoráveis, como educação, saúde,
atendimento médico-hospitalar, consciência e aprovação popular.
O objetivo do planejamento familiar é
promover a saúde e o bem estar da família, através de uso de métodos
conceptivos (para ajudar a ter filhos) e contraceptivos (que evitam a gestação)
no momento adequado a aquela família.
Tipos de contraceptivos
Tradicionais:
Ø
Amamentação:
quando o RN suga, há a produção de prolactina, que promove a produção do leite,
bloqueando o estrogênio. Porem vale resaltar que a amamentação é um método
falho, pois, chega um momento que mesmo com a amamentação há a ovulação;
Ø O coito interrompido:
neste caso é necessário que o homem tenha um controle muito grande, mas traz
insatisfação e estresse para a relação e, além disso, a secreção que sai antes
da ejaculação também possui espermatozoides.
Naturais:
Ø
Ogino-knauss
(tabelinha): depois de seis meses a um ano de pesquisa e anotações sobre o
ciclo menstrual, se pega o mês que teve menor duração do ciclo e diminui da
constante 18, resultando no inicio do período fértil. Logo depois, se pega o
mês de maior duração do ciclo e diminui da constante 11, que resultará no fim
do período fértil.
Ø Temperatura basal:
antes de fazer qualquer atividade, a mulher mede a temperatura oral desde o
primeiro dia do ciclo, não podendo ingerir bebidas alcoólicas, não ter
nenhuma infecção, não pode jantar tarde, nem dormir tarde, nem ter sono
irregular.
Ø Billings
(muco cervical): a mulher introduz o dedo na vagina e analisa o muco que sai.
No inicio é um pouco viscoso e opaco, na ovulação é abundante, elástico e
transparente. A desvantagem desse método é a possibilidade de vulvovaginites, a
dificuldade na diferenciação do muco e ignorância da mulher.
Mecânicos:
Ø Preservativo:
evita DSTs, mas alguns homens queixam de diminuir a sensibilidade. Em relação a
feminina ainda não se tem registro.
Barreira:
Ø Diafragma:
uso associado ao espermicida. Deve-se seguir as recomendações de tempo do
fabricante. É um anel de borracha colocado no colo uterino que impede a
ascensão dos espermatozóides.
Químico:
Ø Espermicida:
terá que ser colocado em cada relação que tiver sendo que, ao termino da
relação não se pode realizar a higiene íntima e colocar mais, pois corre o
risco de penetração dos espermatozóides. Pode se apresentar na forma de creme,
aerozol, geléia e supositório.
Dispositivo intra uterino
(DIU):
Ø Não medicamentoso: esta fora de uso, pois era considerado um
corpo estranho que aumentava a contratilidade uterina e impedia a nidação, mas
não influenciava na fecundação. Era considerado um micro aborto.
Ø Medicamentoso:
o Hormonal:
que é pouco utilizado no Brasil;
o Cobre: que produz uma
reação tipo inflamatória no útero, liberando então substâncias que destroem os
espermatozóides. A vantagem é que é de ação local. Sua colocação deve ser feita
durante a menstruação, pois o colo esta pouco dilatado o que facilita a
colocação.
Efeitos colaterais do DIU:
1.
Dor – no momento da colocação a mulher queixa de dor. Se for intensa pode haver
estimulo vagal, provocando hipotenção e bradicardia.
2.
Sangramento – é comum ocorrer. Se a mulher estiver menstruada o fluxo ficará
mais intenso.
3.
Perfuração – dependerá da pericia de quem esta colocando.
4.
Expulsão – quanto mais recente a colocação, maior o risco de rejeição.
5.
DIP (doença inflamatória pélvica) – quando se inicia, o DIU permite uma grande
quantidade de germes.
6.
Gravidez ectópica - pelo processo inflamatório e alteração da motilidade da
trompa.
7. Abortamento – maior
risco.
Contra indicações da
colocação do DIU:
1.
Sangramento – se tem menorragia ou coagulopatia.
2.
Gravidez ectópica anterior – existe um maior rico de danificar a outra trompa e
acabar com a fertilidade da mulher.
3.
DIP – se a mulher já o apresenta antes da colocação do DIU.
4. Múltiplos parceiros –
pois não previne contra DST.
5.
Cardiopatia reumática – aumenta o risco de endocardite bacteriana.
6.
Nuliparidade - pois a mulher fica susceptível a DIP e obstruir as trompas e a
tornar infértil.
7.
Câncer de colo – não tem como implantar o DIU, além de provocar lesões e
resultar na proliferação das células cancerígenas.
8.
Gravidez - pois aumenta a contratilidade uterina, podendo provocar abortamento.
9. Diabetes – a DIP pode
descompensar o diabetes.
Hormonais:
Combinados monofásicos
(todas as pílulas com a mesma dosagem) e trifásicos (possui diferença nas
dosagens das pílulas).
Os contraceptivos hormonais
podem ser administrados por via oral, subcutânea, vaginal e intramuscular.
Antes de usar deve ser feita
avaliação clinica (peso, PA, glicemia, avaliação hepática, avaliação das mamas,
papanicolau, lipidograma). A reavaliação deve ser feita de 3 em 3 meses ou 6 em
6 meses ou anual. Os contraceptivos hormonais agem bloqueando as gonadotrofinas
hipofisárias, assim sendo, não ocorre a ovulação e consequentemente não há
fecundação.
Efeitos colaterais dos
contraceptivos hormonais:
1.
Náuseas;
2. Vômitos;
3.
Cloasma;
4. Aumento do peso.
Contra indicação dos
contraceptivos hormonais:
1.
Idade: acima de 35 anos e principalmente se for fumante e sujeita a DAC (doença
arterial coronariana);
2.
Gravidez: pois pode ocorrer má formação do feto;
3. Hepatopatia:
pois sua metabolização é hepática;
4.
Diabetes: pois diminui a tolerância a glicose e aumenta a glicemia;
5.
Hipertensão: aumento da angiotensina;
6.
Trombofletibe: o estrógeno interfere no aumento das globulinas pela coagulação;
7.
DAC: risco de IAM;
8.
Câncer: é estrógeno dependente;
9.
Imobilização prolongada: corre o risco de trombose pois a circulação de retorno
é deficiente;
10. Enxaqueca: por causa da
retenção hídrica;
Efeitos benéficos dos
contraceptivos hormonais:
1-
Aumento da densidade óssea;
2-
Redução da perda de sangue menstrual;
3-
Menor incidência de gestação ectópica;
4-
Redução da dismenorréia associada à endometriose;
5-
Menor incidência de cistos ovarianos;
6-
Redução das queixas pré-menstruais;
7- Menor
incidência de doença benigna da mama;
8- Melhora do hirsutismo;
9- Diminuição da incidência
e da gravidade da doença inflamatória pélvica (DIP);
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