DERRAME
PLEURAL
O derrame pleural é caracterizado pelo acumulo anormal de liquido na cavidade pleural, que ocorre
quando a formação de liquido é mais rápida do que sua absorção.
O derrame pleural não é uma doença, mas sim a manifestação de
outras doenças. Se não tratado adequadamente, esta patologia pode levar o
paciente à dispneia (falta grave de ar) e até à morte.
ETIOLOGIA:
Alterações extrapulmonares como: Cardíacas (ICC), Renais
(síndrome Nefrótico), Hepáticas (Cirrose com Ascite), Pancreáticas
(Pancreatite).
Pode também apresentar-se por patologias sistêmicas (LES, Artrite Reumatóide), ou por reação a drogas, ou de caráter neoplásico por consequência de disseminação direta de pneumonia bacteriana adjacente, ruptura de abscesso pulmonar e traumatismos.
Pode também apresentar-se por patologias sistêmicas (LES, Artrite Reumatóide), ou por reação a drogas, ou de caráter neoplásico por consequência de disseminação direta de pneumonia bacteriana adjacente, ruptura de abscesso pulmonar e traumatismos.
TIPOS:
Podemos dividir o derrame em 2 tipos: transudato e exsudato.
Além das diferenças a nível de espaço pleural, podemos também diferenciá-los
através da medida da desidrogenase láctica (LDH) e pelo teor proteico do
líquido pleural. (Harrison, 1994).
Transudativo:
Qualquer derrame pleural que se forma quando não existe lesão
do espaço pleural é denominado derrame pleural transudato. O transudato
é um ultrafiltrado de plasma, altamente fluido, baixo em proteínas e desprovido
de células inflamatórias. O aspecto macroscópico do líquido é de um fluido
transparente e claro.
Os derrames pleurais transudados formam-se quando as pressões hidrostáticas e oncóticas são anormais.
Os derrames pleurais transudados formam-se quando as pressões hidrostáticas e oncóticas são anormais.
Exsudativo:
Um derrame pleural exsudativo é causado por um
aumento da permeabilidade nos vasos da microcirculação. É rico em proteínas,
células e produtos da decomposição celular.
O aspecto macroscópico do líquido é de um fluido amarelo
citrino podendo também ser turvo (ex: pus do empiema), hemático ou semelhante
ao leite no quilotórax.
Mecanismos responsáveis pela acumulação de um
volume anormal de líquido pleural:
- Aumento da pressão hidrostática na microcirculação
- Diminuição da pressão do espaço pleural
- Bloqueio da drenagem linfática
- Passagem de liquido a partir do espaço peritoneal
Sintomas:
- Dor: tipo pontada que agrava com os movimentos respiratórios e com a tosse. Pode irradiar para o ombro o que indica comprometimento da pleura diafragmática homolateral.
- Tosse: geralmente seca, quintosa, é muitas vezes dolorosa. A tosse produtiva traduz em regra, a presença de uma lesão parênquimatosa pulmonar associada.
- Dispneia: inicialmente ligada à dor torácica, relaciona-se posteriormente com a rapidez de formação e volume de líquido. Pode ser muito intensa, acompanhada de cianose, quando o derrame se forma rápida e extensamente.
- Febre: não está presente na maior parte dos derrames de evolução crônica.
Na observação, além dos sinais relacionados com a doença
primitiva, encontra-se no tórax, em regra, um conjunto de sinais
característicos, quando o volume de liquido pleural ultrapassa os 300 cc.
Sinais Físicos:
- Inspeção: o hemitórax atingido pode estar retraído e com hipomobilidade.
- Palpação: pode haver aumento de resistência, mas é mais importante a diminuição ou abolição completa das vibrações vocais em toda a altura do derrame.
- Percussão: há macicez ou submacicez de acordo com a extensão do derrame.
- Auscultação: observa-se uma diminuição ou abolição do murmúrio vesicular, sopro pleurítico no limite superior do derrame e podem ouvir-se atritos pleurais. (M. Freitas e Costa, 1992)
Meios de Diagnóstico:
- Análise do líquido pleural: para saber se se trata de um exsudado ou transudado;
- Exames bioquímicos: para saber o conteúdo em proteínas, o teor em DLH, o pH e a concentração de amilase;
- Exames complementares: como Raios x, radioscopia, TAC e ecografia;
- Exames bacteriológicos: para o diagnóstico dos derrames pleurais infecciosos;
- Exames citológicos;
o
Toracocentese e Biopsia pleural percutânea: o
líquido é retirado através da inserção de uma agulha no espaço pleural. A
toracocentese envolve o risco de laceração da artéria intercostal, infecção e
pneumotórax.
o
Toracoscopia
o
Biopsia pleural cirúrgica.
Tipos de fluido:
Quilotorax:
É formado por traumatismos, inflamação ou infiltração maligna,
que provocam obstrução do transporte do quilo (conteúdo alcalino similar ao
leite presente nos vasos lácteos e linfáticos do intestino) do ducto torácico
para a circulação central.
O quilotorax é formado quando o ducto linfático torácico é
rompido e a gordura entra no espaço pleural.
Um fluido pleural que seja esbranquiçado, sem odor e de
aparência leitosa sugere o diagnóstico de quilotorax
As causas mais comuns do quilotórax traumático são a cirurgia
e feridas penetrantes no tórax. Após um trauma, geralmente o quilotorax
desenvolve-se em 2 a 10 dias.
Um quilotorax formado por trauma fechado é geralmente causado por quedas, acidentes de viação, e ferimentos compressivos no tronco e abdome.
Um quilotorax formado por trauma fechado é geralmente causado por quedas, acidentes de viação, e ferimentos compressivos no tronco e abdome.
Hemotórax:
Hemotórax é a presença de quantidade significativa de sangue
no espaço pleural
Um derrame deve ser considerado hemotórax quando o hematócrito
do fluido pleural é mais que metade do que do sangue periférico.
Pode ser causado por lesões torácicas, complicações de
cirurgias de tórax, neoplasias malignas ou ruptura de um grande vaso.
Fibrotórax:
O fibrotórax é caracterizado por uma fina camada de tecido
fibroso na pleura visceral.
À medida que o fibrotórax evolui, os espaços intercostais
diminuem, o tamanho do hemitórax afetado diminui e o mediastino é desviado
lateralmente.
Sinais e Sintomas:
O comprometimento da função pulmonar é frequentemente mais
severo do que as radiografias sugerem. Problemas ventilatórios restritivos de
moderados a severos são uma marcação importante. A circulação sanguínea
pulmonar é frequentemente reduzida, mais do que a ventilação, no lado afetado.
- Dor torácica pleurítica;
- Dispinéia;
- Ausculta, murmúrio expiratório e sopro tubário acima do derrame;
- Febre;
- Anorexia;
- Perda de peso.
Tratamento:
O tratamento consiste em desfibrosar, com remoção da película
fibrosa da pleura visceral. Mas a extensão em que o parênquima pulmonar está
envolvido é que vai determinar a quantidade da função respiratória recuperada.
Se não se encontrar presente nenhuma doença parênquimal, a capacidade vital geralmente melhora consideravelmente.
Se não se encontrar presente nenhuma doença parênquimal, a capacidade vital geralmente melhora consideravelmente.
Empiema:
ETIMOLOGIA:
Palavra grega “empynemia” que quer dizer pus numa cavidade
corporal qualquer do organismo humano, especialmente na cavidade pleural.
SINTOMAS:
- dispnéia e febre
- 70% queixam-se de tosse ou dor torácica perda de peso e fadiga
Tratamento:
- Desinfecção da cavidade pleural (antibioticoterapia, drenagem torácica e lavagens pleurais com produtos desinfectantes);
- Reexpansão pulmonar – Drenagem torácica, Fisioterapia Respiratória;
- Recuperação funcional – Fisioterapia;
A Fisioterapia Respiratória deve ser instituída o mais
precocemente possível de forma a minimizar o aparecimento de sequelas a nível
pulmonar (aderências pleurais, paquipleurite, fibrotórax )
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