ONCOGÊNESE
O
termo oncogênese refere-se a um
mecanismo genético em que células normais são transformadas em células
cancerosas. Dois tipos de genes
controlam o crescimento celular normal e a replicação: genes reguladores
promotores de crescimento chamados proto-oncogenes
, e genes reguladores inibidores de crescimento chamados antioncogenes. Estes genes são
implicados como os principais alvos dos danos genéticos que ocorrem durante o
desenvolvimento de uma célula cancerosa.
Tal dano pode ser obtido pela ação de substâncias químicas, radiação ou
vírus, ou ser herdado da linhagem germinativa. A maioria dos cânceres são de origem multifatorial, agindo
vários fatores em conjunto ou sequencialmente, para produzir as varias
anomalias que são características das células cancerosas.
Carcinogênese ou Oncogênese:
São
termos que designam o processo de desenvolvimento de uma neoplasia, desde as
alterações mais precoces no DNA, que supostamente ocorrem em uma só célula ou
em um pequeno grupo delas, até a formação de um tumor que pode destruir o
organismo hospedeiro. O processo de carcinogênese, ou seja, de formação de
câncer, em geral se dá lentamente, podendo levar vários anos para que uma
célula cancerosa prolifere e dê origem a um tumor visível. Esse processo passa
por vários estágios antes de chegar ao tumor. São eles:
Estágio
de iniciação
É o
primeiro estágio da carcinogênese. Nele as células sofrem o efeito dos agentes
cancerígenos ou carcinógenos que provocam modificações em alguns de seus genes.
Nesta fase as células se encontram, geneticamente alteradas, porém ainda não é
possível se detectar um tumor clinicamente. Encontram-se
"preparadas", ou seja, "iniciadas" para a ação de um
segundo grupo de agentes que atuará no próximo estágio.
Estágio
de promoção
É o
segundo estágio da carcinogênese. Nele, as células geneticamente alteradas, ou
seja, "iniciadas", sofrem o efeito dos agentes cancerígenos
classificados como oncopromotores. A célula iniciada é transformada em célula
maligna, de forma lenta e gradual. Para que ocorra essa transformação, é necessário
um longo e continuado contato com o agente cancerígeno promotor. A suspensão do
contato com agentes promotores muitas vezes interrompe o processo nesse
estágio. Alguns componentes da alimentação e a exposição excessiva e prolongada
a hormônios são exemplos de fatores que promovem a transformação de células
iniciadas em malignas.
Estágio
de progressão
É o
terceiro e último estágio e se caracteriza pela multiplicação descontrolada e
irreversível das células alteradas. Nesse estágio o câncer já está instalado,
evoluindo até o surgimento das primeiras manifestações clínicas da doença.
Os
fatores que promovem a iniciação ou progressão da carcinogênese são chamados
agentes oncoaceleradores ou carcinógenos. O fumo é um agente carcinógeno
completo, pois possui componentes que atuam nos três estágios da carcinogênese.
Agentes
Cancerígenos ou Carcinógenos
Os
efeitos cumulativos de diferentes agentes são os responsáveis pelo início,
promoção, progressão e inibição do tumor. Devem ser consideradas, as
características individuais, que facilitam ou dificultam a instalação do dano
celular. O período de latência varia com a intensidade do estímulo
carcinogênico, com a presença ou ausência dos agentes oncoiniciadores,
oncopromotores e oncoaceleradores, e com o tipo e localização primária do
câncer. Portanto, a presença dos agentes cancerígenos, por si só, não pode ser
responsabilizada pelo desenvolvimento dos tumores. Há, porém, casos em que isto
acontece. O carcinoma de bexiga, por exemplo, se desenvolve em 100% dos destiladores
de benzidina que se expõem a esta substância de forma intensa e contínua, e o
câncer de pulmão, que é consequência do tabagismo crônico, ocorrendo entre
fumantes, em mais de 90% dos casos.
·
Agente oncoiniciador - é capaz
de provocar diretamente o dano genético das células, iniciando o processo de
carcinogênese, é chamado agente iniciador ou oncoiniciador. Como exemplo de
iniciador temos o benzopireno, um dos componentes da fumaça do cigarro e alguns
vírus oncogênicos, entre outros.
·
Agente oncopromotor - atua
sobre as células iniciadas, transformando-as em malignas.
·
Agente oncoacelerador - caracteriza-se pela multiplicação descontrolada e
irreversível das células alteradas. Atua no estágio final do processo.
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100
doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo
espalhar-se (metástase) para
outras regiões do corpo.
Dividindo-se
rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis,
determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. Por outro lado,
um tumor benigno significa
simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e
se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida.
Os
diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo.
Por exemplo, existem diversos tipos de câncer de pele porque a pele é formada
de mais de um tipo de célula. Se o câncer tem início em tecidos epiteliais como
pele ou mucosas ele é denominado carcinoma.
Se começa em tecidos conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma.
Outras
características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a
velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e
órgãos vizinhos ou distantes (metástases).
As causas
de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando
ambas inter-relacionadas. As causas externas relacionam-se ao meio ambiente e
aos hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural. As causas
internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, estão
ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Esses
fatores causais podem interagir de várias formas, aumentando a probabilidade de
transformações malignas nas células normais.
De todos
os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais. Alguns
deles são bem conhecidos: o cigarro pode causar câncer de pulmão, a exposição
excessiva ao sol pode causar câncer de pele, e alguns vírus podem causar
leucemia. Outros estão em estudo, tais como alguns componentes dos alimentos
que ingerimos, e muitos são ainda completamente desconhecidos. O envelhecimento
traz mudanças nas células que aumentam a sua suscetibilidade à transformação
maligna. Isso, somado ao fato de as células das pessoas idosas terem sido
expostas por mais tempo aos diferentes fatores de risco para câncer, explica em
parte o porquê de o câncer ser mais freqüente nesses indivíduos.Os fatores de
risco ambientais de câncer são denominados cancerígenos ou carcinógenos. Esses
fatores atuam alterando a estrutura genética (DNA) das células.
O
surgimento do câncer depende da intensidade e duração da exposição das células
aos agentes causadores de câncer. Por exemplo, o risco de uma pessoa
desenvolver câncer de pulmão é diretamente proporcional ao número de cigarros
fumados por dia e ao número de anos que ela vem fumando.
·
Como Surge o Câncer?
As
células que constituem os animais são formadas por três partes: a membrana
celular, que é a parte mais externa da célula; o citoplasma, que constitui o
corpo da célula; e o núcleo, que contem os cromossomas que por sua vez são
compostos de genes. Os genes são arquivos que guardam e fornecem instruções
para a organização das estruturas, formas e atividades das células no
organismo. Toda a informação genética encontra-se inscrita nos genes, numa
"memória química" - o ácido desoxirribonucléico (DNA). É através do
DNA que os cromossomas passam as informações para o funcionamento da célula.
Uma
célula normal pode sofrer alterações no DNA dos genes. É o que chamamos mutação
genética. As células cujo material genético foi alterado passam a receber
instruções erradas para as suas atividades. As alterações podem ocorrer em
genes especiais, denominados protooncogenes, que a princípio são inativos em
células normais. Quando ativados, os protooncogenes transformam-se em
oncogenes, responsáveis pela malignização (cancerização) das células normais.
Essas células diferentes são denominadas cancerosas.
Como se Comportam as Células Cancerosas
As
células alteradas passam então a se comportar de forma anormal.
Multiplicam-se
de maneira descontrolada, mais rapidamente do que as células normais do tecido
à sua volta, invadindo-o. Geralmente, têm capacidade para formar novos vasos
sanguíneos que as nutrirão e manterão as atividades de crescimento
descontrolado. O acúmulo dessas células forma os tumores malignos.
Adquirem
a capacidade de se desprender do tumor e de migrar. Invadem inicialmente os
tecidos vizinhos, podendo chegar ao interior de um vaso sangüíneo ou linfático
e, através desses, disseminar-se, chegando a órgãos distantes do local onde o
tumor se iniciou, formando as metástases. Dependendo do tipo da célula do tumor,
alguns dão metástases mais rápido e mais precocemente, outros o fazem bem
lentamente ou até não o fazem.
As
células cancerosas são, geralmente, menos especializadas nas suas funções do
que as suas correspondentes normais. Conforme as células cancerosas vão
substituindo as normais, os tecidos invadidos vão perdendo suas funções. Por
exemplo, a invasão dos pulmões gera alterações respiratórias, a invasão do
cérebro pode gerar dores de cabeça, convulsões, alterações da consciência etc.
·
Como o Organismo se
Defende?
No
organismo existem mecanismos de defesa naturais que o protegem das agressões
impostas por diferentes agentes que entram em contato com suas diferentes
estruturas. Ao longo da vida, são produzidas células alteradas, mas esses
mecanismos de defesa possibilitam a interrupção desse processo, com sua
eliminação subseqüente. A integridade do sistema imunológico, a capacidade de
reparo do DNA danificado por agentes cancerígenos e a ação de enzimas
responsáveis pela transformação e eliminação de substâncias cancerígenas
introduzidas no corpo são exemplos de mecanismos de defesa. Esses mecanismos,
próprios do organismo, são na maioria das vezes geneticamente pré-determinados,
e variam de um indivíduo para outro. Esse fato explica a existência de vários
casos de câncer numa mesma família, bem como o porquê de nem todo fumante
desenvolver câncer de pulmão.
Sem
dúvida, o sistema imunológico desempenha um importante papel nesse mecanismo de
defesa. Ele é constituído por um sistema de células distribuídas numa rede
complexa de órgãos, como o fígado, o baço, os gânglios linfáticos, o timo e a
medula óssea, e circulando na corrente sangüínea. Esses órgãos são denominados
órgãos linfóides e estão relacionados com o crescimento, o desenvolvimento e a
distribuição das células especializadas na defesa do corpo contra os ataques de
"invasores estranhos". Dentre essas células, os linfócitos
desempenham um papel muito importante nas atividades do sistema imune,
relacionadas às defesas no processo de carcinogênese.
Cabe aos
linfócitos a atividade de atacar as células do corpo infectadas por vírus
oncogênicos (capazes de causar câncer) ou as células em transformação maligna,
bem como de secretar substâncias chamadas de linfocinas. As linfocinas regulam
o crescimento e o amadurecimento de outras células e do próprio sistema imune.
Acredita-se que distúrbios em sua produção ou em suas estruturas sejam causas
de doenças, principalmente do câncer.
Sem
dúvida, a compreensão dos exatos mecanismos de ação do sistema imunológico
muito contribuirá para a elucidação de diversos pontos importantes para o
entendimento da carcinogênese e, portanto, para novas estratégias de tratamento
e de prevenção do câncer. As células que constituem os animais são formadas por
três partes: a membrana celular, que é a parte mais externa da célula; o
citoplasma, que constitui o corpo da célula; e o núcleo, que contem os
cromossomas que por sua vez são compostos de genes. Os genes são arquivos que
guardam e fornecem instruções para a organização das estruturas, formas e
atividades das células no organismo. Toda a informação genética encontra-se
inscrita nos genes, numa "memória química" - o ácido
desoxirribonucléico (DNA). É através do DNA que os cromossomas passam as informações
para o funcionamento da célula.
Uma
célula normal pode sofrer alterações no DNA dos genes. É o que chamamos mutação
genética. As células cujo material genético foi alterado passam a receber
instruções erradas para as suas atividades. As alterações podem ocorrer em
genes especiais, denominados protooncogenes, que a princípio são inativos em
células normais. Quando ativados, os protooncogenes transformam-se em
oncogenes, responsáveis pela malignização (cancerização) das células normais.
Essas células diferentes são denominadas cancerosas.
·
Fatores de Risco de
Natureza Ambiental
Os
fatores de risco de câncer podem ser encontrados no meio ambiente ou podem ser
herdados. A maioria dos casos de câncer (80%) está relacionada ao meio
ambiente, no qual encontramos um grande número de fatores de risco. Entende-se
por ambiente o meio em geral (água, terra e ar), o ambiente ocupacional
(indústrias químicas e afins) o ambiente de consumo (alimentos, medicamentos) o
ambiente social e cultural (estilo e hábitos de vida).
As
mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio homem, os "hábitos"
e o "estilo de vida" adotados pelas pessoas, podem determinar
diferentes tipos de câncer.
·
Tabagismo
O consumo
de cigarros é a mais devastadora causa evitável de doenças e mortes prematuras
da história da humanidade. O consumo do tabaco atingiu a proporção de uma
epidemia global, provocando, a cada ano, morte de 4 milhões de pessoas em todo
o mundo, ou seja, uma a cada oito segundos. Um quadro preocupante com
conseqüências graves sobre a saúde da população, a economia e o meio ambiente.
·
Hábitos Alimentares
Muitos
componentes da dieta alimentar têm sido relacionados com o processo de
desenvolvimento do câncer, principalmente câncer de mama, de cólon (intestino
grosso) e de reto, de próstata, de esôfago e de estômago.
Alguns
alimentos contêm níveis significativos de agentes cancerígenos. Por exemplo, os
nitritos usados para conservar alguns tipos de alimentos, como picles,
salsichas e alguns tipos de enlatados, se transformam em nitrosaminas no
estômago. As nitrosaminas, que têm ação carcinogênica potente, são responsáveis
pelos altos índices de câncer de estômago observados em populações que consomem
alimentos com estas características de forma abundante e freqüente.
Já os
defumados e churrascos são impregnados pelo alcatrão proveniente da fumaça do
carvão, o mesmo encontrado na fumaça do cigarro e que tem ação carcinogênica
conhecida.
Os
alimentos preservados em sal, como carne-de-sol, charque e peixes salgados,
também estão relacionados ao desenvolvimento de câncer de estômago em regiões
onde é comum o consumo desses alimentos.
Outros
tipos de alimentos, se consumidos regularmente durante longos períodos de
tempo, parecem fornecer o tipo de ambiente que uma célula cancerosa necessita
para crescer, se multiplicar e se disseminar. Esses alimentos devem ser
evitados ou ingeridos com moderação. Neste grupo estão incluídos os alimentos
ricos em gorduras, tais como carnes vermelhas, frituras, molhos com maionese,
leite integral e derivados, bacon, presunto, salsichas etc.
Por outro
lado, evidências epidemiológicas têm demonstrado que existe uma relação inversa
entre o consumo de frutas frescas e vegetais e a incidência de cânceres
originários em epitélios de revestimento (de cavidade bucal, de esôfago, de
estômago e de pulmão). Tem se evidenciado que a vitamina A protege contra o
câncer da cavidade bucal, faringe, laringe e pulmão, e é possível que a
vitamina E diminua o risco de se desenvolver o câncer. Embora a vitamina C
bloqueie a formação endógena de compostos N-nitrosos, no trato gastrintestinal,
não há evidências de que a ingesta maior dessa vitamina possa prevenir o câncer
intestinal.
·
Dieta Alimentar de Risco
Estudos
demonstram que uma alimentação pobre em fibras, com altos teores de gorduras e
altos níveis calóricos (hambúrguer, batata frita, bacon etc.), está relacionada
a um maior risco para o desenvolvimento de câncer de cólon, de reto e de mama,
possivelmente porque, sem a ingestão de fibras, o rítmo intestinal desacelera,
favorecendo uma exposição mais demorada da mucosa aos agentes cancerígenos
encontrados no conteúdo intestinal. Há vários estudos epidemiológicos que
sugerem a associação de dieta rica em gordura, principalmente a saturada, com
um maior risco de se desenvolver esses tipos de câncer em regiões
desenvolvidas, principalmente em países do Ocidente, onde o consumo de
alimentos ricos em gordura é alto. Já os cânceres de estômago e de esôfago
ocorrem mais freqüentemente em alguns países do Oriente e em regiões pobres
onde não há meios adequados de conservação dos alimentos (geladeira), o que
torna comum o uso de picles, defumados e alimentos preservados em sal.
A
obesidade também está relacionada com um aumento do risco para o
desenvolvimento de câncer de útero, de vesícula biliar, de mama e de cólon.
Atenção
especial deve ser dada aos grãos e cereais. Se armazenados em locais
inadequados e úmidos, esses alimentos podem ser contaminados pelo fungo aspergillus
flavus, o qual produz a aflatoxina, substância cancerígena. Essa toxina,
juntamente com o vírus da hepatite B, está relacionada ao desenvolvimento de
câncer de fígado.
·
Como Prevenir-se?
Algumas
mudanças nos nossos hábitos alimentares podem nos ajudar a reduzir os riscos de
desenvolvermos câncer. Simples regras de boa alimentação que também podem
contribuir para a prevenção de doenças cardíacas, obesidade e outras
enfermidades crônicas como diabetes podem diminuir as chances do câncer.
Frutas,
verduras, legumes e cereais integrais contêm nutrientes, tais como vitaminas,
fibras e outros compostos, que ajudam as defesas naturais do corpo a destruir
os carcinógenos antes que eles causem sérios danos às células. Esses tipos de
alimentos também podem bloquear ou reverter os estágios iniciais do processo de
carcinogênese e, portanto, devem ser consumidos com freqüência e em grande
quantidade.
A
presença de fibras (a parte não-digerível de um vegetal) auxilia a reduzir a
formação de substâncias cancerígenas no intestino grosso, além de reduzir a
absorção de gorduras. Alimentos como verduras, frutas, legumes e cereais são
ricos em vitaminas C, A, E e fibras. Especial ênfase deve ser dada à ingestão
de cebola, de brócolis, repolho e couve-flor, de legumes vermelhos ou amarelos
(cenoura, abóbora, batata-baroa, batata-doce etc.) e das folhas em geral.
Frutas como a laranja, o caju, a acerola, o mamão e muitas outras devem ter seu
consumo estimulado. Vale a pena frisar que a dieta alimentar saudável somente
funcionará como fator protetor, quando for adotada constantemente, no decorrer
da vida. Neste aspecto devem ser valorizados e incentivados antigos hábitos
alimentares do brasileiro, como o uso do feijão e do milho.A tendência cada vez
maior da ingestão de vitaminas em comprimidos não substitui uma boa alimentação
e só deve ser feita com orientação médica.
É preciso
salientar ainda, que as associações entre dieta alimentar inadequada e o câncer
são resultantes de estudos de laboratório ou de estudos de correlação entre
populações com diferentes padrões de consumo. Os estudos epidemiológicos do
tipo caso-controle têm apresentado resultados muitas vezes controversos, o que
se atribui a dificuldades metodológicas, como a mensuração do consumo de
alimentos. Apesar da controvérsia, é recomendável a orientação para a adoção de
hábitos dietéticos cujos benefícios para o controle de outras doenças, já foram
comprovados, como os exemplos da dieta rica em fibras, para o combate à
prisão-de-ventre, e da dieta com ingestão baixa de gordura e sal, para o
controle de doenças cardiovasculares.
·
Alcoolismo (Consumo e
Relação com o Câncer)
O consumo
de bebidas alcóolicas é tão comum que muitas pessoas não imaginam que elas são
drogas potentes.
A relação
entre álcool e câncer tem sido avaliada, no Brasil, por meio de estudos de
caso-controle, que estabeleceram a associação epidemiológica entre o consumo de
álcool e cânceres da cavidade bucal e de esôfago.
O uso
combinado de álcool e tabaco aumenta ainda mais o risco de câncer nestas e em
outras localizações, como a faringe e a laringe supraglótica. Além de agente
causal de cirrose hepática, em interação com outros fatores de risco, como, por
exemplo, o vírus da hepatite B, o alcoolismo está relacionado a 2 - 4% das
mortes por câncer, implicado que está, também, na gênese dos cânceres de
fígado, reto e, possivelmente, mama. Os estudos epidemiológicos têm demonstrado
que o tipo de bebida (cerveja, vinho, cachaça etc.) é indiferente, pois parece
ser o etanol, propriamente, o agente agressor. Esta substância psicoativa tem a
capacidade de produzir alteração no sistema nervoso central, podendo modificar
o comportamento dos indivíduos que dela fazem uso. Por ter efeito prazeroso,
induz à repetição e, assim, à dependência.
Os
efeitos do álcool variam de acordo com a rapidez e a freqüência com que ele é
ingerido, com a quantidade de alimentos consumidos durante a ingestão de bebidas
alcoólicas, com o peso da pessoa, com o estado de espírito desta pessoa etc. O
álcool atinge rapidamente a circulação sangüínea e todas as partes do corpo,
inclusive o sistema nervoso, provocando mesmo em doses pequenas a diminuição da
coordenação motora e dos reflexos, o estado de euforia e a desinibição.
Recorde-se
que muitas doenças são causadas pelo uso contínuo do álcool: doenças neurais,
mentais, musculares, hepáticas, gástricas, pancreáticas e entre elas o câncer.
Isto sem falar nos problemas sociais que estão associados à Ingestão de bebidas
alcoólicas: acidentes de trânsito, homicídios, suicídios, faltas ao trabalho e
atos de violência.
·
Hábitos Sexuais e Câncer
Certas
características de comportamento sexual aumentam a chance de exposição a vírus
carcinogênicos sexualmente transmissíveis.
A
promiscuidade sexual, a falta de higiene, a precocidade do início da vida
sexual (antes dos 18 anos de idade), bem como a variedade de parceiros, tanto
da mulher como do seu companheiro, estão relacionados a um maior risco de
câncer do colo uterino. Esses fatos sugerem que os hábitos sexuais contribuem
para a propagação de agentes sexualmente transmissíveis, capazes de induzir o
câncer.
Eis
alguns tipos de vírus com potencial carcingênico que podem ser transmitidos
sexualmente:
·
o herpes vírus tipo II e o papilomavírus (HPV)
estão relacionados ao câncer do colo uterino;
·
o vírus HIV (Human Immunodeficiency Virus),
associado a outros tipos de vírus, como o citomegalovírus e os herpes vírus I e
II, pode desencadear o aparecimento de sacoma de Kaposi, câncer de língua e de
reto, respectivamente, em pacientes portadores de AIDS;
·
o vírus HTLV-I associa-se a leucemias e ao linfoma
de linfócitos T;
·
o vírus da hepatite B relaciona-se ao câncer de
fígado.
·
Medicamentos
Apesar da
valiosa contribuição para o controle de muitas doenças, a incorporação de
medicamentos a pratica médica produz também efeitos indesejáveis, entre os
quais a carcinogênese.
É
indubitável o efeito carcinogênico da clornafazina e do melfalan. Existe
evidência que o clorambucil, o tiotepa e a ciclofosfamida são indutores de
leucemias e câncer de bexiga. Supressores imunológicos, como a azatio-prina e
prednisona, já foram relacionados com linfomas malignos e com o câncer de pele.
Quando administrados a transplantados, aumentam, agudamente, em meses, o risco
de desenvolver o linfoma linfocítico e outros tumores malignos nesses
pacientes. A fenacetina tem sido responsabilizada por tumores da pelve renal. É
comprovada a relação entre o uso de dietilestilbestrol por mulheres grávidas e
o desenvolvimento, em suas filhas expostas in utero ao hormônio, de
adenocarcinoma de células claras de vagina. O uso de estrogênios conjugados,
para o tratamento dos sintomas da menopausa, correlaciona-se com uma maior
ocorrência do câncer de endométrio, e alguns estudos relacionaram o câncer de
mama com o uso prolongado de contraceptivos, antes da primeira gravidez.
·
Fatores Ocupacionais
Um grande
número de substâncias químicas usadas na indústria constitui um fator de risco
de câncer em trabalhadores de várias ocupações. Quando o trabalhador também é
fumante, o risco torna-se ainda maior, pois o fumo interage com a capacidade
cancerígena de muitas das substâncias.
A
primeira observação da relação entre a ocupação das pessoas, a exposição a
agentes ocupacionais e neoplasias de origem hematopoética foi relatada por
Pott, em 1775, pela qual demonstrou a alta freqüência de câncer da bolsa escrotal
de limpadores de chaminés, em Londres, na Inglaterra. Segundo Stellman e Daum
(1975), cerca de 3.000 substâncias novas são introduzidas a cada ano nas
indústrias, sem que os trabalhadores a elas expostos tenham consciência dos
seus efeitos tóxicos. Rumel (1988) estudou, no Estado de São Paulo, a
mortalidade por algumas causas básicas, entre trabalhadores masculinos de
ocupações correspondentes a diferentes níveis sociais, e demonstrou que, por
exemplo, o SRR (standardized risk ratio) de óbito por câncer de pulmão é
maior entre os trabalhadores braçais do que entre os metalúrgicos,
comerciários, cientistas e artistas.
A má
qualidade do ar no ambiente de trabalho é um fator importante para o câncer
ocupacional. Durante pelo menos oito horas por dia os trabalhadores estão
expostos ao ar poluído, pondo seriamente em risco a saúde. Algumas substâncias
como o asbesto, encontrado em materiais como fibras de amianto ou cimento, as
aminas aromáticas, usadas na produção de tintas e os agrotóxicos agem preferencialmente
sobre a bexiga, enquanto os hidrocarbonetos aromáticos, encontrados na fuligem,
parecem agir sobre as células da pele e sobre as vias respiratórias e pulmões.
O benzeno, que pode ser encontrado como contaminante na produção de carvão, em
indústrias siderúrgicas, e é usado como solvente de tintas e colas, atinge
principalmente a medula óssea, podendo provocar leucemia.
Outros
cancerígenos passam pela circulação do sangue, atingindo primeiramente o
fígado, onde suas moléculas são quebradas quimicamente, dando origem a novas
substâncias (metabólitos) muitas vezes mais tóxicas que as substâncias
originais.
O câncer
provocado por exposições ocupacionais geralmente atinge regiões do corpo que
estão em contato direto com as substâncias cancerígenas, seja durante a fase de
absorção (pele, aparelho respiratório) ou de excreção (aparelho urinário), o
que explica a maior freqüência de câncer de pulmão, de pele e de bexiga nesse
tipo de exposição.
A falta
de conhecimento sobre os riscos para a saúde e de informações
político-econômicas que não priorizam o ser humano e sua preservação são
fatores fundamentais para o aparecimento do câncer ocupacional.
·
Dicas de Como Prevenir o
Câncer Ocupacional
A
prevenção do câncer de origem ocupacional deve abranger:
1 - a
remoção da substância cancerígena do local de trabalho;
2 -
controle da liberação de substâncias cancerígenas resultantes de processos
industriais para a atmosfera;
3 -
controle da exposição de cada trabalhador e o uso rigoroso dos equipamentos de
proteção individual (máscaras e roupas especiais);
4 - a boa
ventilação do local de trabalho, para se evitar o excesso de produtos químicos
no ambiente;
5 - o
trabalho educativo, visando aumentar o conhecimento dos trabalhadores a
respeito das substâncias com as quais trabalham, além dos riscos e cuidados que
devem ser tomados ao se exporem a essas substâncias;
6 - a
eficiência dos serviços de medicina do trabalho, com a realização de exames
periódicos em todos os trabalhadores;
7 - a
proibição do fumo nos ambientes de trabalho, pois, como já foi dito, a poluição
tabagística ambiental potencializa as ações da maioria dessas substâncias.
Para isso
se faz necessário o envolvimento de órgãos governamentais para a criação de
leis que proíbam a exposição a qualquer concentração de substâncias que,
comprovadamente, provoquem câncer no homem, obrigando os empregadores a
informar seus empregados sobre os riscos a que estão expostos no ambiente de
trabalho, manter um programa de exames médicos periódicos e adotar programas de
proteção individual, através da utilização de equipamentos mais adequados.
Portanto,
a exposição ocupacional deve ser valorizada em políticas de prevenção de
câncer, principalmente em países em desenvolvimento.
Substâncias Tóxicas
|
Locais Primários dos Tumores
|
Nitrito
de acrílico
|
Pulmão,
cólon e próstata
|
Alumínio
e seus compostos
|
Pulmão
|
Arsênico
|
Pulmão,
pele e fígado
|
Asbesto
|
Pulmão,
serosas, trato gastrointestinal e rim
|
Aminas
aromáticas
|
Bexiga
|
Benzeno
|
Medula
óssea (leucemia mielóide)
|
Benzidina
|
Bexiga
|
Berílio
e seus compostos
|
Pulmão
|
Cádmio
|
Próstata
|
Cromo e
seus compostos
|
Pulmão
|
Álcool
isopropílico
|
Seios
para-nasais
|
Borracha
|
Medula
óssea e bexiga
|
Compostos
de níquel
|
Pulmão
e seios para-nasais
|
Pó de
madeiras
|
Seios
para-nasais
|
Radônio
|
Pulmão
|
Tinturas
de cabelo
|
Bexiga
|
Material
de pintura
|
Pulmão
|
Ocupação
|
Neoplasia
|
Marceneiro
|
Carcinoma
de nariz e seios para-nasais
|
Sapateiro
|
Carcinoma
de nariz e seios para-nasais
|
Limpador
de chaminé
|
Carcinoma
de pele, pulmão e bexiga
|
Relacionada
à sí
|
Carcinoma
de pulmão
|
·
Radiação
Estima-se
que menos de 3% dos cânceres resultem da exposição às radiações ionizantes.
Estudos feitos entre os sobreviventes da explosão das bombas atômicas e entre
pacientes que se submeteram à radioterapia, mostraram que o risco de câncer
aumenta em proporção direta à dose de radiação recebida, e que os tecidos mais
sensíveis às radiações ionizantes são o hematopoético, o tiroidiano, o mamário
e o ósseo. As leucemias ocorrem entre 2 e 5 anos após a exposição, e os tumores
sólidos surgem entre 5 e 10 anos.
O risco
de desenvolvimento de um câncer é significantemente maior, quando a exposição
dos indivíduos à radiação aconteceu na infância. Porém, em que pesem as
explosões nucleares, a radioterapia e as fontes ambientais, o contato do homem
com as radiações ionizantes faz-se, principalmente, por intermédio da
realização de exames radiológicos.
Exposição Excessiva à Radiação Solar
No
Brasil, o câncer mais freqüente é o de pele, correspondendo à cerca de 25% de
todos os tumores diagnosticados em todas as regiões geográficas. A radiação
ultravioleta natural, proveniente do sol, é o seu maior agente etiológico.
De acordo
com o comprimento de onda, os raios ultravioletas (raios UV) são classificados
em raios UV-C, em raios UV-A (320-400nm) e em raios UV-B (280-320nm). Os raios
UV-B são carcinogênicos, e a sua ocorrência tem aumentado muito,
progressivamente à destruição da camada de ozônio, o que tem permitido,
inclusive, que raios UV-C alcancem mais a atmosfera terrestre, e estes são
muito mais potencialmente carcinogênicos. Por sua vez, os raios UV-A independem
daquela camada, e causam câncer de pele em quem se expõe a eles em horários de
alta incidência, continuamente e ao longo de muitos anos. As pessoas de pele
clara que vivem em locais de alta incidência de luz solar são as que apresentam
maior risco. Como mais de 50% da população brasileira têm pele clara e se
expõem ao sol muito e descuidadamente, seja por trabalho, seja por lazer, e o
país situa-se geograficamente numa zona de alta incidência de raios ultravioleta,
nada mais previsível e explicável do que a alta ocorrência do câncer de pele
entre nós.
Dois
mecanismos podem estar envolvidos na indução do câncer de pele por raios UV:
alteração do ADN - ácido desoxirribonucléico - pela formação de dímeros de pirimidina,
e a supressão imunológica. Os pacientes com xeroderma pigmentoso, uma
afecção caracterizada por um defeito hereditário dos mecanismos de reparação do
ADN, são particularmente suscetíveis à ação carcinogência dos raios UV.
·
Como se Proteger da Radiação
Solar
As
pessoas que se expõem ao sol de forma prolongada e freqüente, por atividades
profissionais e de lazer, constituem o grupo de maior risco de contrair câncer
de pele, principalmente aquelas de pele clara.
Sob
circunstâncias normais, as crianças se expõem anualmente ao sol três vezes mais
que os adultos. Pesquisas indicam que a exposição cumulativa e excessiva
durante os primeiros 10 a 20 anos de vida aumenta muito o risco de câncer de
pele,mostrando ser a infância uma fase particularmente vulnerável aos efeitos
nocivos do sol sobre esse órgão.
O clima
tropical, a grande quantidade de praias, a idéia de beleza associada ao
bronzeamento, principalmente entre os jovens, e o trabalho rural favorecem a
exposição excessiva à radiação solar.
Para a
prevenção não só do câncer de pele como também das outras lesões provocadas
pelos raios UV é necessário evitar a exposição ao sol sem proteção. É preciso
incentivar o uso de chapéus, guarda-sóis, óculos escuros e filtros solares
durante qualquer atividade ao ar livre e evitar a exposição em horários em que
os raios ultravioleta são mais intensos, ou seja, das 10 às 16 horas.
Grandes
altitudes requerem cuidados extras. A cada 300 metros de altitude,
aproximadamente, aumenta em 4% a intensidade da vermelhidão produzida na pele
pela luz ultravioleta. A neve, a areia branca e as superfícies pintadas de
branco são refletoras dos raios solares. Portanto, nessas condições, os
cuidados devem ser redobrados.
Considerando-se
que os danos provocados pelo abuso de exposição solar é cumulativo, é
importante que cuidados especiais sejam tomados desde a infância mais precoce.
·
Hereditariedade
São raros
os casos de cânceres que se devem exclusivamente a fatores hereditários,
familiares e étnicos, apesar de o fator genético exercer um importante papel na
oncogênese. Um exemplo são os indivíduos portadores de retinoblastoma que, em
10% dos casos, apresentam história familiar deste tumor.
Alguns
tipos de câncer de mama, estômago e intestino parecem ter um forte componente
familiar, embora não se possa afastar a hipótese de exposição dos membros da
família a uma causa comum. Determinados grupos étnicos parecem estar protegidos
de certos tipos de câncer: a leucemia linfocítica é rara em orientais, e o
sarcoma de Ewing é muito raro em negros.
·
Dez Dicas Para se
Proteger do Câncer
1. Pare
de fumar! Esta é a regra mais importante para prevenir o câncer.
2. Uma
dieta alimentar saudável pode reduzir as chances de câncer em pelo menos 40%.
Coma mais frutas, legumes, cereais e menos carnes e alimentos gordurosos. Sua
dieta deveria conter diariamente pelo menos 25 gramas de fibras, e a quantidade
de gordura não deveria ultrapassar 20% do total de calorias ingeridas.
3.
Procure abrir mão totalmente ou limitar a ingestão de bebidas alcoólicas. Os
homens não devem tomar mais do que dois drinks por dia, enquanto as mulheres
devem limitar este consumo a um drink. Além disso, incorpore a prática de
exercícios físicos à sua rotina diária. Excercite-se moderamente durante pelo
menos 30 minutos 5 vezes por semana.
4. A
mulher deve fazer um auto-exame das mamas todo mês. Com 35 anos de idade a
mulher deverá submeter-se a uma mamografia de base, com 40 anos, um ou duas
mamografias de segmento e a partir dos 50 anos uma mamografia anual.
5. A
mulher a partir dos 20 anos deverá submeter-se anualmente a um exame preventivo
do colo do útero (Papanicolaou).
6. O
homem deverá fazer um auto-exame dos testículos todo mês.
7. Homens
e mulheres com mais de 50 anos devem solicitar ao médico um exame anual de
sangue oculto nas fezes.
8. Os
homens com mais de 50 anos devem procurar o médico regularmente para o exame de
toque retal para prevenir o câncer de próstata.
9. Evite
a exposição prolongada ao sol e use filtro protetor solar fator 15 ou superior.
10. Faça
regularmente um auto-exame da boca e da pele.
Tipos de Câncer
Câncer de
Boca
Câncer do
Colo do Útero
HPV
Câncer de
Estômago
Câncer de
Fígado
Câncer de
Laringe
A Epidemiologia do Câncer
A
Epidemiologia permite o estudo da distribuição das várias formas de câncer
entre a população, a observação e análise das variações de sua ocorrência em
diferentes grupos ou comunidades, e os fatores de risco a que eles se expõem.
Mediante
a correlação existente entre os dados de morbidade e mortalidade e as
diferenças verificadas nas condições ambientais, hábitos de vida ou de
constituição genética, observadas entre esses grupos, é possível se
estabelecerem hipóteses sobre as prováveis causas do câncer.
Como este
não representa uma única moléstia, mas sim um processo comum a um grupo
heterogêneo de doenças que diferem em sua etiologia, freqüência e manifestações
clínicas, é necessário estabelecer critérios de classificação para o seu
estudo. Usualmente, em Cancerologia, utilizam-se classificações segundo a
localização primária, o tipo histopatológico e a extensão anatômica dos
tumores.
Os
estudos comparativos de freqüência do câncer devem considerar sempre a
cobertura e a qualidade dos serviços de diagnóstico, na medida em que as
variações observadas entre as diferentes regiões do território nacional podem
refletir apenas esses componentes. A comparabilidade dos dados dependerá sempre
também da utilização uniforme dos critérios adotados em diferentes regiões,
instituições e, até, entre profissionais de um mesmo serviço de saúde.
O Câncer no Brasil
O Brasil
continua a apresentar um quadro sanitário em que se combinam doenças ligadas à
pobreza, típicas dos países em desenvolvimento, e doenças
crônico-degenerativas, características dos países mais afluentes. Essa situação
reflete, inquestionavelmente, as contradições do processo de desenvolvimento do
País.
Analisando-se
as taxas de mortalidade das macrorregiões do Brasil, o câncer é encontrado em
diferentes posições, mas sempre incluído entre as primeiras causas de morte, ao
lado das doenças do aparelho circulatório, causas externas, doenças do aparelho
respiratório, afecções do período peri-natal e doenças infecciosas e parasitárias.
REFERÊNCIAS
COTRAN, RAMZI.;
KUMAR,VINAY.; COLLINS, TUCKER. Patologia
estrutural e funcional. Ed. Guanabara koogan, 6º edição.
Porth, Carol Mattson. Fisiopatologia. Ed. Guanabara Koogan,
6º edição.
COTRAN, RAMZI.;
KUMAR,VINAY.; COLLINS, TUCKER. Patologia
estrutural e funcional. Ed. Guanabara koogan, 6º edição.
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